quinta-feira, 6 de março de 2014
não há colo que baste...
para Claudia...
E,
de repente, havia muitos mundos entre nós.
E uma
estrada de sentimentos complexos.
Parece
bobagem, mas numa relação sedimentada nas diferenças, palavras mínimas criam
distâncias homéricas.
Num
círculo familiar denso e complicado, nos deixamos ficar mais frágeis do que
gostaríamos.
Às
vezes, e por causa disso, sentia um cansaço de ser.
Numa
historia de explosões que se esvaziam sozinhas, não há vitimas nem algozes.
Todos
perdem.
Muitas
vezes só tardiamente descobre-se que não havia competição. Não
havia corrida. Nunca houve um rival.
Tudo
o que se queria era o oposto dessa solidão.
Os
anos que levei para me olhar com olhos isentos e imparciais foram cobrados com
cicatrizes, eu sei, mas a gente sempre encontra uma fenda na dor, e, se tem uma
coisa que sei fazer, é florir.
Aceito
e transformo, mas confesso, queria fronteiras mais permeáveis, porque como diz uma amiga minha, para algumas faltas não há colo que baste. Não, não há.
Solange Maia
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Que lindo, amiga!
ResponderExcluirVocê conseguiu sintetizar anos de sentimento e conversa... incrível poesia há em você!
Floresça sempre, sempre...
Beijo em seu coração!
Clau
Solange você sempre me deixa sem palavras diante do que se escreve. Realmente, as vezes não há colo que baste!
ResponderExcluirBjs
Não , não há , nem o nosso próprio colo nos basta .
ResponderExcluirRealmente para muitas coisas na vida, não há colo que baste. Belo texto!
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