segunda-feira, 2 de junho de 2014

o desenrolar da vida...

Preciso deles. Dias de descanso me fazem lembrar quem sou.
Passeio pela casa e me sinto salva quando vejo que ainda guardo meus livros separados por cor.
Que a ordem é o movimento cadenciado da desordem.
Que é só descalça que me sinto importante.

Sou hemisfério direito, feito costureira de colcha de retalhos, conto histórias bordadas no tempo, alinhavo sentimentos, componho um jardim intuitivo de flores.
Ou não. 
Preciso de pausas.
A vida se desenrola aos poucos, já sei.

Em horas de paz tornam-se indispensáveis as coisas comuns. Rego plantas, acendo velas pela casa, leio matérias já lidas em revistas guardadas, tomo chás perfumados, hidrato as mãos preguiçosamente, sento no chão, e passo horas ouvindo as músicas que amo de olhos fechados.
Com a percepção aguçada. 
Busco ecos.
Na solidão brutal da minha consciência vejo a vida em flashbacks. Aproveito a alegoria para contar minhas bênçãos.
Sinto-me bem.

Passo a alma a limpo.
Nesses dias o amor faz tanto sentido...
E sou tudo o que eu queria ser.

Solange Maia

fotografia - meus livros - 2014

2 comentários:

  1. Uma casa sem livros e sem " discos " , não é uma casa ....Né

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  2. Sos una caricia extrema Solange...Te abrazo

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