terça-feira, 1 de julho de 2014
o que eu queria tanto te dar...
Um sentimento que sobrevivia sempre a
pequenos abandonos e à espera do momento perfeito.
Mas um desejo maciço teimava em crescer
dentro da gente.
Estava cansada do niilismo inumano da
ausência.
É que às vezes parecia que o amor queria
ser notado.
Dessas noites em que se deve deixar a
cabeça de lado e dar ouvidos só ao coração.
Afinal, não se pode acostumar com a
renúncia.
Abri a porta sabendo que depois daqueles
segundos tímidos meu corpo começaria a falar por mim, por nós, e por todos
aqueles anos permeando o vale quente e silencioso de um possível vir a ser.
Tínhamos os versos, eu sei, mas o melhor
de mim era o que estava escondido por trás deles, e que eu queria tanto te dar. Talvez
por isso a noite tenha sido tão linda, tão de verdade...
Fui. Para que fôssemos.
E fomos.
Esses momentos têm essa generosidade... a
de nos permitir ‘ser’. Momentos que nunca vou me esquecer.
Nosso desejo, finalmente, virou a boca
acolhida no beijo.
Solange Maia
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