quinta-feira, 23 de junho de 2016
a melhor maneira de "deixar ir"...
Tinha uma carência insolúvel que a deixava
muito cansada.
Até que um dia acordou com vontade de abandonar
tudo o que lhe machucava.
Sem saber por onde começar pediu que eu
escrevesse sobre o tema que não lha saía da cabeça, “deixar ir”.
Queria se desfazer de tudo o que não lhe
cabia mais, e, achou que lendo sobre o assunto, teria um norte, usaria as palavras
como guia.
Escreveria até, mas agora, perto dos 50 anos,
já não sei se gosto de focar meus dias no que devo “deixar ir”.
Não há mais tempo a perder.
Os anos cobraram tributos altos por cada dia
desperdiçado.
Gosto muito mais da ideia de “deixar vir”.
Então tenho permitido que a vida venha, com
tudo o que tem para ofertar, sem industrializar a esperança ou investir em
muita idealização, porque idealizar é, quase sempre, sofrer.
Faço do jeito mais simples, baixo a guarda,
abro os braços, agradeço e acolho.
Deixar vir, talvez seja isso, deixar a
armadura em casa e reconhecer que nem todos os dias, são dias de guerra.
Viver de peito aberto, rosto ao vento, pés
descalços.
Porque ando desconfiada que deixar vir, de
alguma forma, é a melhor maneira de deixar ir...
Mas faço isso sem ser seletiva, deixo que venha
também tudo o que dói, os solavancos e os entremeios, porque quase posso jurar
que não somos capazes de viver num mundo monocromático.
Já percebi que o que me machuca serve também
de medida para o que me encanta.
Não tenho medo.
Afinal, a vida já me ensinou faz tempo, a
transformar cárceres em capelas.
Solange Maia
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A vida é para poucos... Você é uma guerreira! Merece todos os louros da vitória. Texto inspirador. Reflexivo.
ResponderExcluirSolange, eu amo tudo q vc escreve.
ResponderExcluirParece q todas as mulheres sentem uma coisa parecida e não sabem como se expessarem...
Vc nos norteia...
Bj
Ana Lucia.
Mi Querida, te adoro...abrazos. Enrique
ResponderExcluirNossa quanta saudade dessas palavras..deixa vir!
ResponderExcluirApesar de não ter sido escrito por mim, sem dúvida me traduz,pois é exatamente assim que me percebo agora, até no detalhe de estar tão próxima aos 50 e há tanto o deixa vir, para que outro tanto possa ir...
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